quinta-feira, 9 de abril de 2009

Nunca é tarde para... recomeçar

Este blog, confesso, surgiu porque era parte da avaliação em uma cadeira de Seminário de Informática e Comunicação, que cursei em 2008/2. Sem maiores pretenções a não ser passar com uma boa nota, fiz o blog Seja Cênico. A duração dele, foi a duração da cadeira. Quando o professor disse que as postagens não seriam mais avaliadas, nunca mais escrevi nada. Se repararem, a última postagem antes dessa esta datada de 20 de outubro de 2008... seis meses atrás. Até porque não tinha a pretenção de torná-lo público. Mas, como tuda muda e nada é para sempre, resolvi retomá-lo e tentar mantê-lo atualizado, pelo menos semanalmente. Não prometo dedicação integral nem postagens contínuas, pois o tempo não permite. Contudo, acho interessante tentar levá-lo adiante, trazendo dicas de peças em cartaz, comentando algumas delas, trazendo links interessantes e o que mais achar conveniente.
O que me fez mudar de idéia? Bem, comecei nessa segunda o Curso de Formação de Atores do Neelic e, ontem a Desirée (diretora da escola) disse que a Jú (que foi minha professora no curso de iniciantes) comentou que eu tinha um blog legal. Confesso que fiquei muito surpresa, pois nem lembrava mais do blog, tampouco sabia que alguém achava ele legal. Enfim, isso me motivou a continuar escrevendo, por dois motivos: primeiro, porque estou cada vez mais apaixonada pelo teatro; segundo, porque eu gosto de escrever. Então, hoje retomo o Seja Cênico e espero que agora com alguns interessados em trocar idéias e conhecimentos. Peço, contudo, que não esqueçam que o que escrevo são apenas divagações de alguém que tem o intuito de aprender mais sobre algo que realmente gosta.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

O Retrato




Nos dias 25 e 26 de outubro, próximo sábado (20h) e domingo (19h30), estará em cartaz na sala 504 da Usina do Gasômetro, a peça O Retrato, mais uma produção do Grupo Neelic. A direção é da fundadora do grupo, Desirée Pessoa. O elenco conta com Lauana Lemos, Rosângela Fumagalli, Clau Fertsch, Juliana Wolkmer, Maikel Kolinski, Ramon Silvestri, Ana Lúcia Feijó e Bruno Fernandes.
A peça é embasada no texto de Oscar Wilde O Retrato de Dorian Gray, que versa sobre a obsessão do artista Hallward pela beleza dionisíaca do jovem Dorian. O artista conhece Dorian em uma festa da alta sociedade londrina e, encantado, faz dele seu modelo. Hallward se sente fascinado pelo belo e perturbador Dorian que se deixa envolver pelo olhar cínico e irônico de Lord Henry, o mesmo que define a beleza como uma forma de gênio. Confrontado com a beleza do seu retrato e a impossibilidade de preservá-la para sempre, Dorian troca sua alma pela juventude eterna.
O valor da peça é R$15,00.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

O Balcão




Durante o mês de outubro, pelo projeto "Teatro, pesquisa e extensão", estará em cartaz a peça O Balcão, todas as quartas-feiras, às 12h30 e às 19h30, na Sla Quorpo Santo da Reitoria da UFRGS (entrada gratuita).
A peça, com direção de Ana Paula Zanandrá e texto de Jean Genet, é resultado do trabalho das disciplinas de Ateliê de Criação II e Ateliê de Composição II, do DAD. O elenco conta com Douglas Carvalho, Elisa Volpatto, Kayane Rodrigues, Nara Wagner, Paola Morais, Priscilla Colombi, Ridete Pozzeti e Vanessa Silveira.
A história tem como cenário a "Casa das Ilusões de Madame Irma", um prostíbulo onde os clientes tem a possibilidade de realizar seus desejos e fantasias através da representação. As prostitutas se desmembram em vários personagens, criando um teatro dentro do teatro, ou seja, um meta teatro. Com isso se evidencia a fragilidade de certos papéis existentes em nossa sociedade, expondo uma indagação acerca do limite ente realidade e ficcção.
A peça é, na minha opinião, muito boa. Divertida, engraçada. Sim, engraçada. Muito engraçada. Mas, se digo isso, é por causa de um personagem em especial: o Chefe de Polícia. A atriz, Priscilla Colombi, representa um personagem caricatural, muito bem construído e articulado. Com total domínio do corpo, faz uma mulher, de baixa estatura, magra, usando shorts e sutiã se transformar em um machão daqueles que conhecemos muito bem. Os trejeitos, o sotaque, as expressões faciais, o ego masculino... Tudo é muito bem feito. A peça ganha nova vida, quando este personagem dá as caras no palco e, assim, a peça morre a cada vez que sai e rescussita a cada vez que volta à cena. Cheguei a ficar sem ar de dando rir em determinados momentos.
Mas, justiça seja feita, outros merecem aqui meu reconhecimento, em especial, Elisa Volpatto, a Madame Irma. A dona do bordel também é muito bem representada, formando com o Capitão do Polícia a dupla salvadora da peça. Provavelmente os papéis centrais que exercem facilitam sua aparição, mas com certeza sem talento isso se esvairia. Douglas Carvalho, nos papéis de General e, especialmente de Chantau, também contribui para o sucesso da peça. Mas, sem dúvias, Priscilla, com seu Chefe de Polícia rouba a cena e ofusca as outras estrelas.
Enfim, assisti à peça duas vezes e assitirei a terceira. Será que preciso dizer que recomendo?
"Mas baaaaaaaaah, baita roscão" quem não assistir...

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Ah o Inglês Britânico...

Lendo o blog de uma colega pude rir um pouco imaginando sua situação na Inglaterra tentando entender o Inglês britânico... O meu inglês ainda não é fluente, mas me imaginei em sua situação, tentando decifrar o inigalável sotaque britânico. Nunca viajei para o exterior, mas já pude sentir um pouco do que ela passou só por lembrar de um dos meus professores de inglês: o Fábio. Seu sotaque é o mais britânico possível, com todas as batatas na boca a que se tem direito! Se com ele falando devagar para que eu entenda já é difícil, imagina com alguém falando rápido?
Sem dúvidas o inglês britânico exige uma prática maior, ao menos para mim, pois acho o americano muito mais fácil, tanto de entender quanto de falar. O fato de estar em contato maior com filmes e músicas americanos com certeza ajuda nessa facilidade. Então, sugiro para quem quiser ir ver as horas no Big Ben, ouvir muitas músicas e ver muitos vídeos e filmes britânicos. Além, é claro, de nunca esquecer de falar como se tivesse uma batata na boca. Confira o post aqui!

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Um pensamento...

Hoje não vou indicar nenhuma peça, tampouco comentar alguma. Hoje me restringirei a falar em como estou gostando de fazer teatro. Comecei há pouco tempo, menos de dois meses, mas já estou irremediavelmente viciada nisso. Passo a semana contando os dias para que chegue sábado, o dia da minha aula.
Esse foi um sábado especial, era meu aniversário! E o dia estava quente e ensolarado!!! Com um pouco de vento, mas nada é perfeito. Bem, o fato é que fui para a aula nesse dia, e como foi bom!!! E a cada aula eu me sinto mais empolgada e feliz, pois é extremamente divertido e os meus colegas são muito legais. E não é só isso. Percebo que não só me encanto cada dia mais com as artes cênicas, como aprendo muitas coisas úteis para minha vida. Sou bastante tímida, mas já evoluí muito nesses dois meses. A cada aula me torno um pouco mais articulada e desinibida, o que é fundamental para alguém que cursa publicidade.
Enfim, só gostaria de salientar o quanto estou gostando dessa “brincadeira” de teatro, e dizer que, quem procura um entretenimento sadio e de qualidade,deveria experimentar, não só a platéia, mas o palco também.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Clitemnestra




Embasada na mitologia grega,Clitemnestra é mais uma produção do Grupo Neelic, sob direção de Desireé Pessoa. A peça conta com Ana Lúcia Feijó, Bruno Fernandes, Bárbara Amaral, Clau Fertsch, Juliana Wolkmer, Lauana Lemos, Maikel Kolinski, Marcos Ibias, Marta Dalla Vecchia, Pablo Corroche, Ramon Silvestri e Rosângela Fumagalli no elenco.
O enredo conta a história do Rei Agamemnon que é assassinado pela própria esposa, Clitemnestra. Este fato dará início a amaldiçoada saga da família dos Átridas, que se desenvolve ao longo da peça.
A exibição será neste domingo, dia 28/09, as 19h, no mezanino da Usina do Gasômetro. Os ingressos custam R$20,00 e tem desconto de 50% para assinantes do Correio do Povo, classe artística, estudantes e idosos.
Essa é a dica!!!

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Os Bandidos



Assisti nessa quinta, pelo Porto Alegre em Cena, à pré-estréia da peça "Os Bandidos",com texto de Friedrich Shiller e direção do irreverente José Celso Martinez. Ela é uma obra satírica, bem –humorada, mas ao mesmo tempo intrigante e pesada.
Mesclando teatro, vídeo, música, canto e dança, sem falar na iluminação, a peça é um excelente espetáculo, muito bem produzido, em todos os sentidos. A entrega do elenco aos personagens é total. A qualidade do texto e das atuações, indiscutível. Tudo é tão cru, tão real que em determinadas cenas chega-se a sentir um mal estar, como a cena do parto, onde dá-se a luz a um feto sujo de sangue que em seguida é jogado longe. Tudo está ali, a sua frente, a poucos metros dos seus olhos... tudo ao mesmo tempo tão fabuloso e tão real... O público está exposto a todo momento aos sentimentos dos personagens. O medo, o asco, a repudia, a força, o desejo, o ódio, o amor, a ira, tudo está tão claro à frente do espectador, que não é possível não sentir o que está acontecendo. Quem assiste ao espetáculo está condenado a uma mescla incrível de inúmeras sensações se apoderando de si.
A peça faz inúmeras críticas e, uma delas, é ao magnata Silvio Santos. Quem conhece um pouco da história de Zé Celso e do Teatro Oficina, sabe que há anos o diretor trava uma batalha com o Grupo Silvio Santos, pois este queria adquirir o espaço ocupado pela companhia de teatro para construir um shopping. Hoje ele desistiu do shopping, mas parece que quer o terreno para construir prédios de luxo.
Há uma grande crítica também à Igreja. São críticas fortes que colocam em xeque os dogmas do catolicismo, que agridem de forma bruta e forte os preceitos do mundo cristão. Fala-se da hipocrisia na qual se sustenta e sempre se sustentou a Igreja Católica. A crítica é pesada, mas muito bem construída e articulada. “É filho do Papa”, diz-se em um momento da peça.
Há, como não poderia deixar de ser, muita exibição do corpo, do nu, do desejo ardente reprimido. No palco, os atores expõem os mais sórdidos desejos do ser humano. Desejos sexuais, carnais, homossexuais, orgeísticos... Desejos escondidos, condenados, reprimidos pela moral e pelos bons costumes, mas que ali se mostram de forma crua e sem pudor.
Esses dois temas, igreja e sexo, são ainda muito polêmicos e, por isso mesmo, descaracterizam a peça como sendo “para todos os gostos e para todos os públicos”, conforme consta na sinopse. Esta, de fato não é uma peça com essas características. Conheço inúmeras pessoas que, mesmo amantes do teatro, enfartariam em determinadas cenas. É uma peça muito interessante, mas é preciso estar preparado para não se chocar muito, para não se sentir muito mal, para apreciar o que ali é mostrado, dito, cantado...
O texto de Shiller, adaptado, é claro, também restringe um pouco o público, pois não é um texto fácil. É sim, um texto muito bem escrito, de muita qualidade, mas é preciso uma certa atenção para compreendê-lo. Até porque a peça é muito dinâmica, várias vezes o público não sabe para que lado olhar e fica virando a cabeça de um lado para o outro, enquanto escuta a intensa declamação dos atores. Falo desse dinamismo de forma muito positiva, pois é muito interessante esse jogo e, com certeza isso contribui e muito para prender a atenção do espectador ao longo das 5h de espetáculo. Destarte, não é um texto para todos os públicos, nem para todas as idades.
Irreverente, crítica, dinâmica, inquietante, satírica, engraçada, angustiante... essa é a peça de Zé Celso.
Por fim, me resta alertá-los que este texto não tem a pretensão de ser uma crítica, são apenas vãs divagações de uma agora amante do teatro.